terça-feira, julho 11, 2006

As histórias do Tanque -uma conversa com a professora Helena



Conversa com a professora Helena Camacho sobre a publicação do livro “Um Tanque de Histórias”

Paulo - Então Helena, o que te levou à publicação deste livro “Um Tanque de Histórias”?

Helena – Achei mais interessante desenvolver um projecto que envolvesse não só os alunos da turma, mas a escola toda, embora tivesse material para o fazer apenas com a turma do 4º-A. Um livro de escola é mais abrangente.
Tive uma primeira ideia de desenvolver um projecto com artistas plásticos, e caso tivéssemos lucros estes seriam divididos pela escola e por uma instituição de solidariedade. Essa ideia tentava interligar com o projecto educativo da escola designado – Viver em Cidadania - Andei a contactar artistas plásticos mas, por razões várias, não encontrei nenhuma disponibilidade de colaboração.
Foi então que falei com a escritora Maria Aurora Homem e com a artista plástica, Filipa Venâncio. Deram-me força neste projecto e passei à fase de angariar patrocinadores. É claro que bati à porta de centenas de empresas, mas infelizmente ainda não se mostraram sensibilizados para projectos destes. Apenas uma dezena “abriu a porta”. Se fossem um evento com pompa teria tido mais apoio. Mas a escritora Maria Aurora acreditou que o projecto tinha qualidade para avançar e assim foi. Os alunos puseram-se ao trabalho.

Paulo – Que importância atribuis a este tipo de iniciativa, no contexto actual da Escola?

Helena – Trata-se de motivar para a escrita e também para a leitura. Tem muito a ver com o que a gente faz dentro da sala de aula.
Os alunos gostam muito mais de ler/ouvir textos seus e dos colegas. O ler, o mostrar e o contar assuntos que cada um encontra pertinente tem extrema importância nas crianças. Por outro lado, uma das finalidades da escrita é a comunicação - saber que alguém vai ler os seus textos. Assim, os alunos ficam também motivados para ler os textos dos outros – colegas e escritores. Aliás, isto é uma curiosidade e penso que já falei contigo sobre isto, pensei que os alunos estavam mais motivados para a matemática. No final do ano, quando fiz a avaliação e nos inquéritos perguntei o que mais gostaram de fazer, responderam-me: ler e escrever textos. Penso que foi o impacto do projecto do livro, pois algumas vezes quando pedia para escreverem eles recusavam essa tarefa.
Uma outra coisa muito importante que tem a ver com a escrita é a reescrita do mesmo texto. Alguns alunos têm a ideia de que não são capazes de escrever. Desta forma ficam a saber que é possível melhorar sempre, sozinhos, com o colega do lado ou com o grupo de trabalho.

Paulo - Obrigado.

Prefácio do livro UM TANQUE DE HISTÓRIAS


Penso que não é demais divulgar este belo texto de Maria Aurora Homem, escrito para o prefácio do livro “Um tanque de Histórias”.


"Hoje estou feliz.
A felicidade é feita de duas linhas com que introduzo este belo livro das crianças da Escola do Tanque Santo António.
São crianças felizes: Têm professores que lhes ensinam a descobrir a importância da palavra – da leitura à escrita.
E é bom viajar por dentro delas, tecer imaginários, retratar o real, poder voar no caminho dos céus que são as frases com que tecemos um texto.
Hoje estou feliz.
Dei a mão a todos os meninos e meninas que assinam as suas obras, retalhos do dia, gargalhadas de esperança no amanhã.
Agradeço à Helena Camacho e através dela ao corpo directivo e todos os professores da escola que fizeram ver o meu nome a prefaciar este trabalho.
Parabéns.
E gostaria que todos os meninos tivessem a mesma oportunidade: escrever para os adultos ensinar-lhes os valores da amizade, da solidariedade, da paz.
Que este livro corra de mão em mão. E cumpra a sua tarefa: a de alertar cada um de nós para o mundo de infinda ternura que se fecha no coração de cada criança.
Maria Aurora"

Obrigado! Maria Aurora, pela sensiblidade e pelo talento que a caracteriza.

Paulo

Um Tanque de Histórias, no final do ano lectivo




Foi uma cerimónia digna.
Eram 12 horas do dia 10 de Junho. O lançamento do Livro UM TANQUE DE HISTÓRIAS veio encerrar o ano lectivo do 4º A na Escola do Tanque.
Estavam presente as entidades convidadas: O Secretário Regional da Educação, O Presidente da Câmara Municipal do Funchal e outras pessoas a acompanhá-los, os autores, os seus pais, a professora Helena, os alunos da escola, os professores.
Foram proferidas algumas palavras de agradecimento, lidas algumas histórias, distribuídos e autografados muitos livros.
Realçou-se a autoria e cumpriu-se o sonho de divulgar o gosto pela escrita e pela leitura.
Paulo